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Linguagem inclusiva: Comunicar de forma não-discriminatória

Vivemos uma mudança de paradigma, em que os direitos são veementemente reclamados. Estruturas e conceitos que eram inquestionáveis durante séculos estão a ser deitados abaixo para termos uma sociedade mais inclusiva e igualitária. As palavras têm um peso muito forte nesse sentido. “Black lives matter”, “He for she”, “Me too”, “Nenhuma para trás” … Estas poucas palavras traduzem uma imensidão de conceitos e lutas. Então, como podemos comunicar de forma não-discriminatória? A resposta é simples: recorrendo à linguagem inclusiva.

O que é a linguagem inclusiva?

Antes do mais, a linguagem inclusiva trata-se de usar a linguagem de um modo que promova a igualdade e o respeito entre todas as pessoas que compõem a nossa sociedade. Isto é, que promova a igualdade de género, que inclua grupos não representados na linguagem (como as pessoas não-binárias) e use expressões e palavras mais respeitadoras e representativas das pessoas com deficiência, por exemplo.

linguagem inclusiva

Como podemos comunicar de forma inclusiva?

Uma das soluções mais simples e mais usadas passa por evitar determinados termos e expressões. No caso das pessoas com deficiência, por exemplo, deve ser evitado o uso de “sofre de” e de expressões gerais como “cegos” ou “invisuais” e preferir o uso de “pessoas com deficiência visual”. Para uma linguagem mais amiga das questões de género, em vez de usar “o Homem” (no sentido de espécie humana), deve-se optar por “o ser humano”, “as pessoas” ou “a Humanidade”. Além disto, devem-se igualmente contrariar hábitos de uso de expressões ofensivas e de vulgarismos que desrespeitem de qualquer modo qualquer grupo social.

Há ainda outras soluções que tendem a ser menos bem aceites pela comunidade em geral. Uma delas é a neolinguagem que consiste na introdução do Sistema Elu e da linguagem neutra em género. O Sistema Elu, que será mais aprofundado num artigo futuro, apresenta uma solução para a inclusão da não-binariedade na língua portuguesa. Alternativamente a este sistema, há quem faça uso de “@” e de “x” (por exemplo, “amig@” e “amigx”) para marcar neutralidade de género. Este método é muito popular principalmente nas redes sociais, mas só funciona na linguagem escrita e é discriminatória das pessoas com deficiências visuais que usam programas de leitura e das pessoas com dislexia.

Em conclusão…

Para finalizar, é importante referir que nenhuma destas soluções é perfeita e que a linguagem inclusiva é um trabalho em progresso. Dentro da área da tradução, estas soluções nem sempre podem ser adequadas, no entanto, sempre que possível, todos nós devemos fazer um uso consciente, ponderado e não-discriminatório das nossas palavras.

O nosso conceito PEER significa também ter a consciência de que cada um dos nossos clientes tem características e identidades distintas. Deste modo, com o nosso conhecimento e experiência temos toda a habilidade para adequarmos sempre o registo à necessidade específica, fazemos uso de uma linguagem inclusiva, empática e representativa da diversidade humana.

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Carina Rodrigues

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